terça-feira, 28 de abril de 2009

Alguns Registros Gerais...


Converso com flores... não, elas não me respondem... não o faço por ausência completa de lucidez... Mas sinto-me tão alegre diante delas que não hesito em dizer 'olá'... modo de extravasar a alegria e encantamento que sinto diante das simplicidades... naturais...




Aliás... gosto tanto de flores que normalmente exponho meu desejo de fazer fotossíntese... desejo íntimo de ficar inerte... busca incessante de buscar minha própria síntese... foto anulada pela inconstância...




Sofro de ansiedade... sem distinções temporais... o ontem, o hoje e o depois mesclam-se... é a imensa vontade que sinto de resolver o que Pandora libertou... Ansiedade que me tira o sono, mas que também me cobre de versos...




Digitais... esqueci algumas marcas... outras viraram estrofes... Algumas deixaram lições... Algumas impressões foram refeitas, remoldadas ou simplesmente expostas... basta colocar mais óleo no singelo lampião [apago-o com frequência... mas é tarde... a luz pode ser dura...




Meu R.G.= não tem números... algumas letras... muitas reticências... tenho um turbilhão de pensamentos e poucas palavras para exprimi-los...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

POEMETO DA DIATÔNICA



& (C) omeça
fum fa fum fa fa
------------------fum fa fum fa fa
Sinfonia da minha vida
Escalas---------------
----------------------que
------------------------descem


Notas des ... to ................ .. ... an ... ... tes
Distorções =====que====fogem====do====meu===== alcance=====

E eu canto...
... Para que afinem minha gaita.

terça-feira, 21 de abril de 2009

À Giselda



A água é bela porque não para
E Giselda também não.


Os peixes na piracema são belos porque não desistem
E Giselda também não.


As pimentas são belas porque para cada um são singulares
E Giselda também é.

Giselda flui naturalmente, assim como suas idéias... Transparentes e contínuas.


Giselda passa por obstáculos, chora... Mas não deixa de nadar contra a corrente.


Giselda é dotada de sensibilidade e esta para alguns pode arder, gerar indigestão... Para outros é cicatrizante...

Para mim... é pitada essencial.

Ao (à) Crisântemo


Flor de ouro... resplandece capins tormentosos

Flor viçosa... vivifica a alvorada nebulosa

Flor alegre... estampa sorrisos em rostos virtuais

Flor saudosa... invade min'alma de nostalgia



No jardim além da janela de meu cerne... lá está...

O Crisântemo... a flor que cobre minhas manhãs cinzentas de matizes...





ADENDO: esse e o próximo poema são homenagens... Escutei maravilhada uma amiga me contando de suas amigas... decidi homenagear quem eu não conheço, mas de tão fascinada com a amizade parece que o desconhecido já faz parte de mim...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Quem sequestrou meu dia?


Dia... onde?
Acordei com a ligeira sensação de que perdi algo...
Olhos abertos, raciocínio rápido, coração disparado
Checagem feita...



Sol... sol... certo...
O cheiro de café...
Auxílio na liberdade de radicais... desintoxicante da alma amargurada...
Certo.



Bem, a sensação não cessa...
Deito-me... o sono me domina novamente...
Dia... onde?
Acordei com a ligeira sensação de que perdi algo...
Sequestraram meu dia...



---------------dia------------------
-------após-----------------------
---dia------------------------------
----------------reminiscências
--de um dia---------------------
morto.

sábado, 18 de abril de 2009

Notícia da notícia... Manuco


"João gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia

[num barracão sem número.

Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro

Bebeu

Cantou

Dançou

Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado."

(Manuel Bandeira. In "Libertinagem")


É... Manuel Bandeira fez uso da linguagem jornalística.. e de maneira brilhante poetizou...

Hibridismos mil: o prosaismo da não-ficção que está imbricado no material jornalístico... a prosa oriunda deste... a musicalidade dos verbos sequenciais... e a poesia... principalmente por conta do leitor...



Manuco era poeta e morava no Recife

[descobre seu pneumotórax e vai para o Rio de Janeiro.

Numa manhã libertina ele escreve o que

Viveu

Cantou

Morreu

Depois se transformou numa estrela... da vida inteira








Léxico - afia


Procuro abrigo nas palavras.

Ponto. Curta assertiva.

Explicações, explicações... ouço aclamarem ao longe...

(ou será uma voz dentro de mim?)



O que sinto não é visível... não é palpável... nem compreendido...
... as palavras dão concretude ao meu silêncio... e meu silêncio não é indiferença...
É, pois, tentativa de sufocar tamanho sentimento...



Sinto amor... pequenas coisas me enternecem...
... um mínimo 'olá' convicto, sincero... desperta a imensidão de emoções que sinto...
... que me afogam... que faz com que eu pense na vida alheia como se eu fizesse parte natural dela...
... como se eu fosse o outro...
... como se eu fosse o vento em um dia quente que alguém aguarda ansiosamente... necessária...



Meu silêncio cobre as emoções como manta de lã...
as palavras tentam exprimir...confesso: nebulosamente... o que sinto...
Mas às vezes... muitas vezes... os pés ficam fora do cobertor...



As palavras me abraçam... me afagam os cabelos e eu durmo...
Quando acordo estão lá... e dizem baixinho: Nadine, Nadine... nós te compreendemos...
... acorde e abra a janela...
... e eu me recuso a abri-la todos os dias...
... porque espero que as palavras insistam...
... porque espero que o desconhecido entenda o que significa para mim antes de dizê-lo...

... e fico a aguardar os raios de sol em meus olhos úmidos...
O excesso de silêncio também pode me fazer chorar...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

LUZ DOS CACOS...


... Sou o que sobrou de uma mulher extremamente apaixonada...
... Sou o suspiro aliviado de madrugada após um sonho menos feliz...
... Sou a dúvida, a incerteza, a esperança... porque sou uma mulher que já amou intensamente...
... Sei o quanto meu coração se enchia de felicidade por ter um ombro para se apoiar

... Por se importar com um cisco no olho, uma dor de barriga, uma febre, um susto...
... Amei sim... então vivi.. mas não posso ignorar as marcas do sentimento que aprofundam meus olhos e deixam borboletas em meu ventre...
... É para lembrar que a felicidade está em pequenos frascos... nós abrimos pouco a pouco, a fumaça não para e precisa que duas pessoas a aspire...
... Se agora sou um caco, amanhã me faço jarro... carrego a água das duras lágrimas que aindam teimam brotar dos meus olhos... Amei, me embriaguei com a felicidade que esse sentimento carrega... agora estou de porre...
... Lembro o que passou porque o que passou eu vivi o melhor que pude... mas essas lembranças!!! Essas lembranças vão ser levadas pelo vento... porque o ciclo não para...
... Sofrer é tão inevitável quanto se erguer... reerguer... gosto dos prefixos...eles me dão a chance de repetir... de acrescentar algo a fim de completar-lhe sentido... me completar...
...Sou o que sobrou, mas não quem perdeu...

EU VI UM PRÍNCIPE...


Em uma janela não palpável vi um príncipe...
Nunca fora sapo, já veio para realeza...
Não tem cavalo branco, castelo...não é todo ficção, perfeito...
Mas permite que os outros possam somar... o príncipe é humano.

Eu vi um príncipe... não muito alto... não tão forte...
Na medida exata para caber um coração encantado... encantador...

Eu vi um príncipe... e não era sonho de menina...
Era gente... ainda que de longe afirmo: real...
Sem coroa, mas de mente tão luminosa quanto pedras preciosas lapidadas...
Príncipe... suas pedras... têm uma soberana... admiro-a... afortunada és...

Príncipe, é, eu vi e ouvi... seu canto não adormece dragões ou desfaz maldições...
Ao menos que seja a maldição de um coração petrificado...
Seu canto rompe barreiras de terras longínquas e acalma almas conflituosas...
Dom majestoso!

Fascinou-me... o príncipe que vi...
Não posso alcançá-lo...
Falta-me sangue nobre... falta-me altura...
Ele já está completo... já possui principado...
Mas ainda assim admiro-o... dedicando-lhe esses humildes versos...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

ESSENCIALISMO DA ESSÊNCIA DESSA QUE VOS FALA...


Não sei quem sou ao certo... porque cada pessoa me olha com um olhar diferente... a redundância foi necessária porque há quem olhe com os olhos e há quem olhe com a alma...Talvez eu seja orvalho... com brilho, mas que poucos percebem...
Estou sufocada... gritar é pouco...

Então eu seja mero rascunho... Inacabado, a chuva molha e pronto... a folha rasga...Me perguntam o porquê das reticências ... É que faço de cada palavra um momento único de rereflexão... Ah, sei então que gosto das reticências... e dos neologismos... e das pausas que as virgulas proporcionam...e do olhar da alma...

Quem sou...
Hoje penso que sou alguém que já foi esquecida...
Então sou lembrança... boa ou ruim... depende de quem lembra... Mas se fui esquecida não há o que se lembrar...
Tolice a minha...logo, sou tola...

Sou aquela que tem a alma de uma poetisa angustiada, frustrada... e que vive num turbilhão de pensamentos...
Pensar é pouco... vivo intensamente tudo o que penso... porque para mim parece tudo tão próximo... tão real... Quero ser abraçada... viver de novo a alegria de ver as flores, só... sem motivo grandioso para sorrir...Agradeço o desprezo... faço dele minha inspiração... Mas tem horas... momentos... que não quero escrever... quero viver apenas...