sábado, 30 de maio de 2009

Vim... vivendo...


Viver o hoje... é o que aclamam... vozes sensatas...
Viver o agora... sem carregar o fardo do ontem...
O ontem se foi com meus desejos de sorrir...
... céu repleto de nuvens... sorrisos...
Sol... sorrisos...



Agora... nuvens, nata, entulhos... crostas...
Voz sensata... conforto, abraços, meias para pés gelados...
Oscilações, luta interna... meias e friagem, abraços e embates...
... conforto e insegurança...



Dualismos que se chocam e se beijam...
Trocam líquidos segregados, líquidos que acalmam abalos sísmicos...
... e eu vivo...
Vivo para vivenciar a vividez da voz...
Casamento, divórcio... tudo muito tumultuado em meu cerne...



E eu? e meu eu? nesse embate intrínseco...
Vivo... venho vivendo...
Retomo as teclas... e as palavras me tomam...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Poemeto sobre semente trazida por ventos recentes...




Quero que a janela brilhe...
... quero ver seu sorriso à esquerda
Ver notas toantes que me cative...
... ler suas tolices até que amanheça



Desejo de ler/ouvir... ouvir/ler...
... o que preenche um particular vazio
Espaço confortado pela arte e o fazer...
... por chuvas de entrelinhas, abstração de rio



Não cantarei sentimentalidades ...
... canto para a vida, para o sorrir
Agentes físicos e doses elevadas de imaterialidades...
... que permitem deleitar o momento, sem pensar no porvir.






Um sujeito entra no ônibus...


Quero entender...
entrou cambaleando, zero de embriaguez... mas torto, descordenado.
As pessoas o julgaram:

[doido, alienado...

Eu apenas observava:

sem rir, sem sobrancelhas arqueadas

Olhava atentamente:

[sem ideias prontas, limitadas...

Próxima parada...

desconhecidos que descem apressados

[ele lá, objeto de escárnio, dançando, caçoado
E eu aqui ... com olhar indignado

Ônibus vazio...

com sua PSIQUE em mãos e sua alma invisível senta-se ao meu lado

Suado, exausto, não queria ser compreendido...

[anseava minimamente ficar ali sentado.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Alguns pensamentos cotidianos...



... Olho para o piso próximo a pia...
conto quantos cantos tem cada quadrado...

... Não vejo como mania, vício ou vislumbre...

vejo como oportunidade de prestar atenção a pequenos detalhes

... Vejo uma formiga, caminha faceira...
pequena, ligeira...
foge de pés desatentos

... Várias formigas pertubam, protestam...

uma formiga: sem manifestos, panelas em seus devidos lugares

... Ela sai por uma fresta, fico com a indignação de perdê-la...

assim perco meus cálculos, perco minha política, perco minha formiga

... Minha porque no instante que a vi livre, passei a ansiar aquela liberdade...
sentimento humano verde, sentir sem sentido
... Ela partiu carregando minhas partes mais desejosas...

vontade de caminhar nos cantos dos pisos

domingo, 10 de maio de 2009

Prece ao Nãoamor


Tirai esse broto novo...
... rosa púrpura do meu peito!!!
Imploro-lhe... tirai... muitos espinhos... poucos cuidados...
Ah! Dor constante... não é apenas músculo,
ventrículos emaranhados com esporos...
É sede... pouca água...
...muitas ervas daninhas...
Suplico... ajoelho-me diante de ti,
fecho os olhos... e digo:
traga os bons ventos para regular impulsos...
... para polinizar outros jardins...
Senhor do Nãoamor... leve essa rosa cravada sobre o arco da aorta...
... permita que o sangue volte a fluir normalmente...
Deixe-me sem flores... leve-me os espinhos...
Que a sangria demore a cessar...
... que o vazio lúgubre me entristeça...
... logo será carregado pelos bons insetos...
... Mas tirai essa rosa!!!

POEMETO DA ASPEREZA



(Imagem retirada do Google)


Assestar minha fúria para alvos móveis
Assepsia das mãos após cumprimentos indesejados

Alcácer ... suntuosidades dignas de invejar reis

Algemas sob respostas ríspidas para os isolados
Amaciar para autoprovimento
Amalgamar opostos para embaraçar outrem

Alumbrar para depois deixar sofrimento
Aparentar amor, colecionar itens para harém

Americanizar, sobressair, abnegar humildade

Assim, eis a aula de austeridade!

sábado, 2 de maio de 2009

Mutatis mutantis (em construção= a vida)


... focar a felicidade humana...
... posturas baseadas em ethos...
... guiar para um bem comum...
... práxis humana ...
... coexistência de diferenças...
... representação de uma coletividade...

...Politiké...

... Mudando o que deve ser mudado... questionando o que preferem que seja ignorado...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Segunda parte - No divã - um 'eu' com 'eu'


... Meu coração é um vulcão... saída de matéria magmática... por vezes desativado... raramente ativo... A lava aquece o próximo... vira rocha ígnea em meu peito... Agora não... quero a lava para meu auto-aquecimento...

... Dentro dele tem um misto de emoções... fogos de artifícios de sentimentos... A certa altura podem explodir violentamente... ou simplesmente podem falhar... Explosões ruidosas... pequenos estalos...

... Meus sentimentos são, então, produtos de nuances... Que estranhamente me deixam estranha... sim, porque desconheço a origem dessa sensação... e porque me sinto descontextualizada...

... É.. estive com uma flor... não era crisântemo... era erva daninha... Nasceu espontaneamente... Sorri, reguei e ela morreu... excesso de água? não sei...
... Inço... alastrou-se rapidamente... destrui meu jardim de rosas... Mas trouxe-me sorrisos... A despedida... despede-se a ida... toda interferência em minha cultura abalou o meu ser... naufragou meu realismo... a raiz permaneceu...

No divã - um 'eu'


E o coração?
... No seu devido lugar...



Não, o que está dentro dele... como está?
... No seu devido lugar...



Não, não, o que você sente?
... No seu devido lugar...


[Impaciência]



Não, não, não, pombas!!! Quero saber do seu íntimo e você constrói uma redoma!!! Quer saber?!!! Fica no seu devido lugar que eu estou indo para o meu.
... Assim seja...