quinta-feira, 23 de julho de 2009

DA ROSA QUE SE DIZ MINHA...


A rosa afirma que a mim pertence...

Tudo o que move...
... Remove

Montanhas, grandezas...
... Exigem defesas mínimas

No fundo eu julgo o mundo...
... De muros, jugos profundos

Quando cenas clamam calma...
... A alma pede cenas coerentes...

A vida prossegue...
... Meu coração, sem rumo certo, segue...

O tempo caminha com passos largos, tem pressa...
... Recuso-me, cedo horas a quem interessa

A lua a iluminar asfaltos fatigados...
... Sobressaltos para que eu saia, luzir a rua

A sobra do passado assombra...
... Íntimo assola, há sombra na paisagem

Pressinto dor num silêncio raro que cansou...
... Reminiscências do tempo que não passou

Paz na solidão engana...
... Ser só é morrer, inflama

A pausa do retrato para o passar...
... A voz da intuição é meu trato a não penar

A fórmula do acaso guia alguns passos tórridos...
... Passos de pensamentos caóticos...

O alcance da promessa... ter a rosa... minha!



*Inspirado após ouvir várias músicas ;-)

terça-feira, 14 de julho de 2009

Estou na partícula do outono...

Estou entre o óleo e a água...
Ideias que bailam na heterogeneidade...
Estou no cinza...
Talvez outono...

Minhas folhas secas tropeçam...
Gramado adornado por gravetos ressequidos
Perfume... aroma de dores que ainda ralham.

Árvores acarinhadas por ventos... ameaçam tombar
Não... raízes resistem, abraçam solos férteis...

O vento grita na janela, grita na pele...
Pelos eriçados... frio que abriga algum verde
[obriga vestimentas pesadas...

Nevoeiros que impedem passos coloridos...
... Tatear mãos confusas...

Baixa umidade... seco, seca...
... Quero água... para pintar retratos...

Amarelo... talvez haja vermelho...
Em frutos que teimam cair...
[sem amadurecer...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Estrangeira d'além mundo


É tarde! Vou-me embora amigo...
Intento de regressar
Sentir-me em casa... sentir-me eu...
Sentir outrem... e ainda assim me sentir...

Acarinhar semelhantes...
Extasiar-se com lugares tatuados intrapele...
Com o reencontro da identidade livre...

Amigo, vou provar da lavanda de tempos infantis!
Correr nos campos que soluçavam segredos florais...
De paixões vãs, alimento a nave...
Vou-me embora, amigo!

Em seu planeta recebi o selo de iconoclasta...
Por acreditar que significados valem mais do que os símbolos
Por ser tocada por subjetividades... mais do que cascas
Por emoções não serem medidas, pesadas, tabeladas...
Amassei, rasguei, cuspi!

Amigo... vou-me... embora...
Retornar aos meus prados esvoaçantes...
Sem paredes, tetos... ilimites... tocar o todo...
Um só músculo a pulsar...
Usar as asas lacradas... pela sensação de estrageira.