segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Prece ao Nãoamor III


(Imagem de: http://www.fotolog.com.br/flavielephotos ... porque só uma alma sensível consegue fotografar detalhes igualmente dotados de sentidos)


Hoje não enxergo mais do que um pequeno fulgor...
Sentes decepção?
Pois... há dias que desejamos sair e sentir toda a pele queimar...
... Sentir que privar a vista é melhor do que reconhecer o frio!


Nãoamor... pense... tempos que não lhe rogo...
Então... transcenda!
Faça com que o sol volte a trautear cá dentro,
Faça com que a (in)diferença do meu pulsar determine faltas...


... Não colho flores, apenas alimento-me do que poderia...


Bata em outra janela... Deixai o sim aquentar-me...
Tirai novamente espinhos da rosa!!!





Que assim seja...
Nadine Granad.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Vou-me... que o vento seja a mão que afaga e aparta...




Novo dia...
momentos que são
...
e a vida sã!...
Fora do casulo as flores são mais flores;

O ar mais respirável!...

Dói, mas que se vá!...

Vou-me..
.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

... Sei lá...

Sei lá... a vida tem sempre razão

Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes

Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer. 


Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão. 


A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.


De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Algumas ideias sufocadas... I

Como consta na definição do blog... ideias sufocadas!...

Muito do que eu escrevo não segue a saudosa métrica clássica... ou simplesmente não é encarado como poema por sua estrutura deveras desestruturada... Que tenha poesia!...
Não digo da forma... refiro-me (sempre) à essência!...
... Muito embora eu seja a sombra de outrem... estou em cada palavra!... E antes de cada palavra, sou eu que 'humanamente' sinto vontade de cuspir nesse espaço palpitações nem sempre físicas!...

E hoje venho para escrever que brotou uma lágrima cardíaca!...
Muito provavelmente a imagem seja difícil... áspera... soa quase como uma fantasia de uma aprendiz de poeta que se abriga em linhas tortuosas e em milhares de reticências...
... Se há o ato de umedecer a conjuntiva, a córnea... digo, pois, que os olhos do peito não ficam imunes de poeira e corpos (nem sempre) estranhos...

... E como uma criança em um dia tempestuoso... quer uma mão para segurar, um cobertor para cerrar os olhos e dormir... Ignorar completamente os relâmpagos e trovões que insistem em bradar...
... Quando não há mãos, cobertas, o ignorar... há o temor... há a lágrima a escorrer do músculo...
... Aqui deixo um cadinho de sal puro...
... Sigo... Há quem torça para que lágrimas não cessem...
... Todavia... Há quem torça para que as lágrimas sequem!...
... Para esses
o coração pulsa embalado pelo frevo...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Não sei... quero que seja!



Seguro a luz do dia;
Escorre-me pelos dedos;
Fuga do que se quer deter;
Anseio que conduz no breu.

Incautos caminhos;
Voz áspera, berros inaudíveis...
Ecos nas trilhas de arautos;
Ouvidos nem sempre eficazes.

Névoa densa e baixa;
Propensa ao não ver;
Faixas a ocultar trilhas;
Mãos a tatear texturas.

Contruindo imagens do cerne...
Constatando o não-segurar...
Impressão incerne da dúvida...
Há censura de duelos - vence-se o sentir!

Rudimentos cinzelados;
Cuidados que juvenescem;
Encanto da qual se quer ser parte e todo...
Desconheço, todavia aspiro!...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Uma migalha de mi'alma


Migalha branca... amarga!...
Como se o amargo fosse ruim,

Como se o branco fosse paz!...


Percorro e deixo pequenos fragmentos;
Leves, o vento se encarrega;
Ao menos deseje segurar -

Feche a palma em concha e absorve!...

Não exijo a ingestão;
Deglutida;
Compreendida!...
Ao menos assimile a migalha que lhe caiba...

Não fere migalhar...
Dói que não sintas falta;
Que não descortine...
O fragmento que deixo!...

E de migalha em migalha deixo pulsares...
Esvanece-se vida...
Fragmenta-se partículas oníricas...
... Partes de um todo inseguro!