sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

As quatro danças

Dança 1

Eu, que mal dançava sozinha,
Aprendia que a espera
Taria outros braços.
Foram dois - e seus pares.
O primeiro mentiu,
Inspirou-se,
Foi-se.
O segundo a ouviu,
Inspirou-se,
Foi-se.
Reflexos platônicos,
Mentiras azuis que sugaram
As histórias que precisavam
Para a criação de novos passos.
Depois do livro pronto,
Derrubaram-me do palco.

Dança 2

Em outro ritmo,
Ela perdeu o ato,
Ele perdeu o átrio,
Quando viu seu ânimo.

Entre vergonhas,
Entre planos,
Nenhuma fronha
Escondia os danos.

Ele gritou e culpou,
Eu decidi esperar,
Flor sem pétalas - grito
Já não mais quero dançar.

Dança 3

Novos passos - e muitos
Suor na medida - e quentes
Passos claros - e noite escura
Muito quentes, escura noite...

O par dorme - e some
Não tem hora - e ruma
Chega o carro - e parte
Some, ruma e a parte.

Dança 4

Pareciam em sintonia...
Dançavam sob olhares,
Sobre o cheiro da comida
Que era um alimentar da alma.

O outro não mais (a)parecia...
Dançava em outro estado,
Pós apocalipse no peito,
Já almejava outra canção.

Eu queria retornar...
O cheiro dele era paz,
Eu era guerra, era quebra,
Era a verdade que ninguém queria.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

FECHADO PARA BALANÇO

Sabe quando você fica gripado, depois tropeça na rua e quebra o pé, até que percebe que não vestiu a camiseta do lado certo e esqueceu o dinheiro do ônibus?
Não, não aconteceram exatamente esses fatos, mas estou em uma avalanche e preciso aguardar que o gelo derreta!

Enquanto isso, irei visitar aos amigos que admiro e não tenho conseguido ler.

Agradeço a companhia de sempre!

Beijos! =)

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Meia jarra

Foto retirada do acervo do Depositphotos

A jarra encheu vagarosamente,
Respingos inevitáveis na roupa,
Desejos que saltam da bocarra,
Choramingo a sua frente...
Não, não beba desse modo,
Não ouça o tilintar do copo,
Não deixa secar sua marra,
Não tente forçar a barra...
A jarra já está sem coragem,
Despede-se da vida cheia,
Gelo é apenas miragem,
Aquece-se e desnorteia...
Meio é um meio certo,
Assim como o talvez tem vez,
Na hora do conserto
Da alça já em sua viuvez...

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Coffee Break XXI

Mais um gole de café.
Pode ser que nem dê pé,
Já duvido até da catástrofe
Ao cantar em dó, mi e ré...
Bebida epígrafe,
Zona limítrofe:
Entre a acidez e a euforia da estrofe...
(Pausa finalizada)

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Da cigana em meus dias

O coração encanta,
em mantra ao sol,
somos sós,
somos sóis...
Sem saber a ordem,
no palpite não dito,
a desordem dos dias
fica a critério...
Pitadas de arco-íris,
luzes que sacodem,
arde o que já abrasa,
íris que oscila
olhar a vida remota...
Flor lilás que purifica,
a insensatez das horas,
a solidez da queda,
o andar cansado,
a música que não toca...
Lições das dúvidas,
energias da derrota,
cantos dos pássaros
- nota ao perdão...
Pelo deserto,
ser chuva,
ser o oculto a luzir,
o símbolo a significar,
fortaleza (ser)...
Fitas coloridas,
maçãs e cravos
desenham a pele,
segura a lua crescente...
E o coração canta
uma oração ao som do flamenco...


Para escutar:




domingo, 6 de agosto de 2017

Coffee Break XX

Ah, sem café hoje,
vamos de chimarrão,
cuia,
erva,
aroma... tua fúria,
minha vinda...

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Perguntas e respostas, ou sobre a dialética da teima

Perguntou se havia amor nas asas,
Sorrindo torto e com olhar reto.
Respondi com olhar torto e sorriso reto
Que as asas estavam em meu amor.

Alcancei algumas estrelas d'um céu,
Sem endereço, sem retorno.
Enquanto ficou na rua de pedras,
Com nomes, com duas vias.

Gritou por mim em seu infinito,
Respondi que não voltava ao fim.
Chorei por decolar sem ar,
Riu por ficar e respirar.

Para escutar:


terça-feira, 25 de julho de 2017

Deu bandeira...

Paraty/RJ - meu clique (2017)
Apresentou o impossível:
Seus olhos disseram,
Dissecaram a derme,
Qualquer coisa, qualquer fato - era mais um retrato!...

O dinheiro apareceu,
A pobreza destacada -
Era sopa de pedras preciosas,
Qualquer pedra, qualquer perda - era mais um retrato!...

Bandeiras presas no fio voaram,
As cores presas ao peso,
Do fio, do arame, no poste,
Qualquer cola, qualquer fita - era um retrato que não colava!...

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Curta o curto LXXII

Quero desenhar as últimas palavras...
Não, não é poder - não possuo borracha:
Tenho TOC! Minhas linhas escapam das folhas...
Então toque-me com sua gentileza!


Coffee Break XIX

O café demorou a ser marcado,
aconteceu no acaso!
A cafeína já agia um dia antes...
O caso é que não foi café, foi suco...
Como um soco no peito,
o ruído dos batimentos aceleraram...

domingo, 16 de julho de 2017

D'um dia real

(Meu clique)
Na sua mão uma flor tinha
E nas dela, unhas mal pintadas,
Que por instantes detinham
Impulsos que mal se tocavam...

Essa flor que não aparece
Era um momento perfeito:
Para ela, novo sol resplandece;
E para ele, fixação em aspeitos...

Diziam que vence quem se atreve,
Já estavam em nova segurança,
Quando o pulsar se teve,
Nas mãos corriam possanças...

E o desejo que lhes tomava
Não era apenas brisa passageira.
Ao ouvir o que o coração mandava,
A noite chegava faceira...

Caminharam pela cidade,
Sem temer que novo dia viesse.
Pensavam que tal felicidade,
Nem a distância desfizesse!...

E assim acabou um dia real,
As dúvidas, já não eram
E o sorriso - prova cabal
De que outros dias consideram...


quinta-feira, 13 de julho de 2017

Aroma amoroso

(foto do meu acervo)

Sinto um novo aroma,
N'alma atinge o perfume
Que no Coliseu, em Roma,
Digladiam antigos costumes...

Pele odorífera que me atordoa
E meu pensamento conflitante:
Desconhece o novo pulsar,
A presença d'um amor militante...

As narinas vibram, viciadas,
Só querem mais uma dose.
As tremedeiras evidenciadas,
Quente suor em mim escorre...

Desfaço-me em pétalas,
Enquanto o cheiro permanece,
Correndo por entre as frestas,
Em meus dedos, não fenece...

Sinto um novo aroma,
A cobrir-me de êxtase,
A escrever axioma,
A beijar com ênfase...

domingo, 9 de julho de 2017

Ele parou o carro ao lado do monstro...

E encontrando monstro horrendo,
fostes logo perguntando:
- O que há de matar primeiro,
a saudade ou seu assombro exitando?
Criatura tenebrosa, mal sussurra a resposta:
"Saudade não mata, apenas aparta a briga,
razão e sentimento. Faço, então, uma proposta,
o que teu peito abriga? Sobrevive se decifras..."
Não sabias o que responder, nem ser
o que deveria ser o que em si carregava.
Negavas e queria ao desumano maldizer,
adiava o inevitável que aos seus olhos fumegava...
Assobiava canção repleta de dignidade,
o monstro o encarou de alto a baixo
decidiu largá-lo a sua própria sorte,
já que a saudade era seu pior fracasso.

terça-feira, 4 de julho de 2017

A incerteza das horas coloridas...

Quadro "A Pátria" (1919), de Pedro Bruno (retirado de: http://www.museus.gov.br)

Sabe-se que no universo dos pintores,
ora com tinta e sem pincel,
ora com pincel e sem tinta,
ora apenas oram,
para que o quadro
repare
e pare
horas...

As artes criam prêmios leais,
nem sempre o vencedor ganha,
nem sempre perde a prenda.
Perdem-se valores do passado,
perdurando a eternidade
da terna idade
que é impressa
sem pressa
no certificado,
certo?

segunda-feira, 26 de junho de 2017

AVISO

Boa noite!

Gostaria de agradecer, do fundo do meu coração, todos os recados amorosos que tenho recebido!
Em breve visitarei aos amigos que tanto amo ler e compartilhar meus devaneios!

Beijos a todos!...
=)

terça-feira, 13 de junho de 2017

PAUSA

... Em breve, prometo!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Curta o curto LXXI

As maçãs de ouro geram guerras, ficarei com as podres...
Adubar a terra árida que por acaso (ou descaso?) deixaste...
As sementes já não produzem cianeto!...

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Uma hora de batalha íntima

Imagem retirada do acervo Getty Images.

Embora meu inimigo não vencesse,
Deixou antes a prévia derrota,
Que na vitória eu me perdesse
E na perda, a esperança remota.
Não consenti uma morte há tempos,
Fiz do amor espada inquieta,
Hoje agonizo, além tormentos,
O toque já não é mais extrema meta.

Então deito em áureo leito,
Onde pensamentos incertos são,
Reavendo estranhos conceitos,
A vitória fulgura só na imaginação.
Estas duras vontades, adversárias
De inquietações, por si mostravam
Que, desde o início haviam várias,
E não partiam quem as alimentavam.

Então derrubo, lança e espada,
Concluo que quem vence, antes sua
E até mesmo ao passar estacada,
Já estava em uma morte crua.
Luto comigo, socorrer-me não queria
Por não causar bem, sei bem que erro
Do coração dado arrependia,
Minhas dores combatia a fogo e ferro!...

domingo, 28 de maio de 2017

Curta o curto LXX

Ele dormiu e roncou:
Sílabas poéticas saltaram,
Inundaram seu travesseiro...
Sou a moça da lavanderia -
- Fronha imprópria para sabão...
Notará que levei para mim?

quarta-feira, 24 de maio de 2017

O voo da coruja

Foto pessoal da minha coleção (e amor) de/por corujas

Ela voou, voou...
Para lá que eu vou?
Não, não sabe-se onde pousará agora...

Clarividente da noite,
a lua como guardiã defronte,
ondas a cintilar o breu lá fora...

Tente não segui-la, não ouvi-la voar...
O canto é dor, desamor no chirriar!...
Talvez os us e us são monossílabas d'outrora...

Regressará à Atena, volta em inspiração,
dorme satisfeita, presa na própria audição...
É preciso deixá-la ir embora.

sábado, 20 de maio de 2017

Coffee Break XVIII

Entre um gole e outro de cappuccino,
- Sem café puro para mim -
A chuva lá fora era menor que a dentro,
Goteiras doces, desabamentos inevitáveis...
Capisce?

terça-feira, 16 de maio de 2017

Ele e a máquina de escrever

(Imagem retirada do acervo: Getty Images)


São poucas teclas,
Não, poucas sílabas...
Há um medo intermitente,
Há uma febre que oscila...

Em seus dedos há um peso,
Sobretudo, anula...
Não há como apagar tudo,
A máquina desdenha...

O que tecla é leve,
Mas as teclas pesam...
Sente dores, palpitações,
Tictic, tictic, tictic, plim...

Lido: se futuro presente,
Enquanto martela, flutua...
O papel acaba, sílabas também,
Precisa de ar, sai sem a máquina...

O cilindro gira, nova folha,
A ausência não impede...
Alavanca de entrelinha,
Folha voa, ganha vida...




quinta-feira, 11 de maio de 2017

Curta o curto LXIX

A dança nova é um renovar,
Há refletores,
Poucos atores,
Saltos que descalçam...
Alivio aos calos e ao ar!...
E a música?
Canções infindáveis...
- nunca chega a última...

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Um pouco sobre platonismo...

Não, não discorrerei sobre a filosofia tratada por Platão... O fato é que tenho duelado com minhas próprias questões. Carrego uma mistura de filosofia e poesia muito pessoais para conseguir argumentar sobre transcendência de ideias do plano da matéria... 
Sou uma matéria que não se aprende em livros... Ah, não era isso?
É provável que as afeições contemplativas sejam possíveis de explicações pelo viés psicológico, inclusive. A situação é que em meu universo não encontro as respostas que gostaria, quando (ou quanto?) ao menos não sei as perguntas...
Sou idealizada e idealizo, quase uma constante. Tenho uma frequência cardíaca que costuma parar - morre-se por segundos... Em minha essência sou amor, sim, o amor também uma questão digna de nota aos filósofos... Mas o amor me tem sido tão complexo, tão singular, deixaria qualquer ser mais racional em estado de perplexidade (ou não?). Isso para esboçar que, se em essência sou amor, em ausência sou confusão... E essa bagunça arrumo sozinha, não há sublimação: caminho sobre sentimentos e alguns descubro serem navalhas!... Sangro e isso é ser comum - finda qualquer idealização...
Eu transpiro poesia, não porque trabalho a palavra... Eu a engulo e, quando não a cuspo, transpiro incessantemente... Por isso, não poderia receber o amor que mencionei antes... Esperava, como de fato o é, a idealização, ser o mote poético de alguém... Sou coberta por perfumes raros, depois preciso seguir quase seca... E o que vem depois? Uma chuva a molhar-me, e eu gosto!...
Quando prevejo, estou forte? Errado. Admiro a possibilidade de me permitir estar enganada, ser tocada e tocar... A frustração prevista vem com um bonito laço de cetim, pede-se para ser desfeita, vou adiando o desembrulhar... Então, desembrulho e eu mesma também me desembrulho!... Fico menos poesia, embora a essência esteja ali, fico um pedaço, um pedaço de carvão em brasa que pede por um abraço, mas queima... Meu presente é inevitável... Sim, mais um platonismo!...

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Miragens na cidade

Os prédios que outrora estavam,
As casas que abrigavam,
As terras que deslizavam.
(Geram consequências...)

Estar já era menos presença,
Abrigo já era quase doença,
Deslize já era qualquer desavença...
(Vê-se o que não quer...)

Presença, quase um mal-me-quer,
Doença, quase origina novo flâneur,
Desavenças, quase lágrimas quaisquer...
(Mata-se pela ausência de reciprocidade...)

- Miragens na cidade?

Curta o curto LXVIII

Eu vi alegrias em telas...
Elos que iam, enquanto eu vinha...
A falta de necessidade (sua) e o (meu) excesso de amor me obrigam a desligar(me)...

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Coffee Break XVII

... Um pedaço do coração foi servido com chá
 - Não, não tinha café!...
Tinha muita espera e uma vontade de ir...
Para onde?
Onde o café era sempre quentinho,
O abraço longo,
As palavras breves...
Então, devorou-se grande fatia,
mas na garganta um naco -
Cof(fee), cof(fee), o para sempre é um minuto que vale a pena!...

terça-feira, 25 de abril de 2017

Crise dos 30 - Parte II (fim da saga)

O trem mais parecia um avião...
Em poucas horas chegou.
E eu, e eu é quem fui sem esperar!...

Meu refrão gastou,
Virou marchinha e marchando foi
- Bateu na contramão de uma esquina qualquer!

Chegaram, chegaram trintas dias no mês,
Mais parecem pássaros canoros em gaiolas...
E o canto? O canto não sai...

Oh, drama de três décadas!
Oh, espetáculo de meia hora!
Oh, triplo X romano!

Não há aplausos,
Sonhos vaiam em dissílabas...
Ecos infinitos de "inta"... "inta"..."inta"...



OBS: Em 2013 já estava em crise (haha), cheguei a  desabafar sobre: https://nadinegranad.blogspot.com.br/2013/01/crise-dos-30.html#comment-form . Agora os '20 e dez' chegaram!... Como diriam os Novos baianos: "Acabou o chorare"...

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Germanices equatoriais

 Para O Equador das Coisas

Entre sombras e mares,
Avante, adiante,
Tão somente seguir...
Toma-nos ares...
O velejar, tal constante
 - Em dez anos a sorrir...

Não há como dizer,
Aquilo que não tem razão...
Todas as cores beijam em tom de azul,
Palavras que dançam em solidão
 - E ganham a amplidão do verbete nu...

As distâncias dos polos inexistem,
No peito do poeta o magnetismo é um...
A poesia é perpendicular,
Certeira ao lugar-incomum...

Entre estorvos e (re)começos,
Da inação à Comunicação,
Agracia-nos com essências...
Uma a uma que abraçam e pingam... coram ação...



* Poema em homenagem aos dez anos do blog "O Equador das Coisas" - o presente ganhamos a cada postagem!...

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Curta o curto LXVII

Ele mandava flores virtuais e ganhava batidas de um coração real...
Mas a rosa secava pouco a pouco, enquanto a distância crescia...
- A chuva necessária era de outro céu!...

domingo, 2 de abril de 2017

Colombina de asfalto


... Eu que sempre preferi Pierrot,
Notei-me roubada,
O Arlequim me furtou!

As lágrimas negras escorrem,
Antes de tocar o chão,
Nas estrelas morrem...

No asfalto quente um palhaço dorme,
Uma escrava chora,
Um ladrão corre...

O primeiro semáforo nos congela,
O conto vira riso,
Tudo termina em novela!...

quarta-feira, 29 de março de 2017

Curta o curto LXVI

Mensagens cessaram,
Assim não preciso usar Caps Lock interna,
Enquanto por fora sou só risadas...

quinta-feira, 23 de março de 2017

Blues do despe-aço

Ele furou meu peito com olhares,
Cílios que encontram águas alheias
E fez-me buscar novos ares,
Blues que em minh'alma permeias...

Se nas entranhas sejam ferro,
A mente é punhal de bronze das sereias
E ao tomar novo fôlego, um berro
- Luz explode aos ouvidos como candeias...

A canção é tudo o que me resta,
Embora a noite tenha a luz lunar,
Nem tudo em que é escuro terá festa.
Preparo-me para quando a última nota soar...

Agora, aço na faca, peito com oco
Ele caminha semisereno, semipartido
E eu completamente de olhar fosco
Canto para não sentir que algo em mim tenha morrido!...


segunda-feira, 20 de março de 2017

Tentativa...


Traçam              Teias
Tentam...           Todavia
Tentativas          Tolas
Tornam              Tudo
Tangente!...       Tanta
Têm                   Tudo
Tanta                  Têm
Tido                   Terminam
Tentando...

quinta-feira, 16 de março de 2017

Coffee Break XVI

Às vezes ainda me pego pensando em seu café...
Deve estar com açúcar, agora...
Mas o pó, o pó no fundo...
Lembranças de um amargo já esquecido...
Virou qualquer coisa, menos café!...

terça-feira, 14 de março de 2017

Curta o curto LXV

O dia quente,
Ventilador no rosto...
Bronquite no peito,
Peito vazio...
Prece para que ventile-se a dor...

segunda-feira, 13 de março de 2017

Aviso / Desabafo

Há algum tempo tenho recebido comentários como: "aceita parceria?", "ajude-me a divulgar?", "siga-me que eu te sigo".... Pensei em algumas vezes publicar os comentários e responder publicamente... Todavia, acabo repensando por dois motivos: a pessoa que escreve provavelmente não perderia tempo em ler a resposta e também não sou tão má a ponto de expor alguém que, às vezes, só precisa sentir-se lida...
Sim, gosto de saber que tem alguém "lendo-me"... Acredito na palavra que está tão na moda ultimamente: RECIPROCIDADE... Obviamente que se alguém me segue, acabo retribuindo... Sinceramente não é algo que peço... Desejo que as pessoas sigam se sentir que há "algo" aqui... caso encontrem de alguma forma abrigo e/ou familiaridade no que escrevo... 
"Metade de mim é o que eu escrevo, a outra metade também"... Utilizo um pseudônimo, mas a necessidade de expor, desabafar, utilizar-me de vocábulos para cuspir minhas inquietações têm sido a terapia que acredito... Ler vocês também alivia meu ser!... Nem sempre consigo comentar, mas sempre que posso leio aos outros como gostaria de ser lida...
Portanto, minha intenção não é vender poesia... Procuro viver poesia, respirar poesia, ser a poesia... logo, não sou uma mercadoria...
Beijos com minha pitada de amor:  =)

terça-feira, 7 de março de 2017

Resenha - Show "Nossas Histórias" (Oswaldo Montenegro)

Quaisquer palavras que venha escolher para a concretização dessa resenha ainda serão pequenas... O sentimento ampliou-se após assistir ao show no dia 04/05, em São Paulo (Espaço Tom Brasil)...
Certamente não conseguirei escrever uma resenha crítica padrão, ausentar-me de recursos poéticos e das minhas amadas reticências seria cometer suicídio literário... 

Sei que parti à plena emoção ao vê-lo no palco, escutar a voz limpa, instrumentos limpos, alma limpa... Faxina auditiva mais do que necessária!... Posso dizer que as letras, melodia, voz, tudo: uníssonos... Talento mais que notável e escutar algumas histórias foi uma delícia!
Embora não tenha habilidades, conhecimentos também limitados, sou uma apaixonada por música!... As primeiras notas já me arrepiam, encontro uma sensação de paz que só é possível por mais um modo, além da música: sensação de dever cumprido!... Isso que, afinal, é a paz que todos buscam, embora cada qual encontre a sua maneira para descrevê-la...

O espaço é bonito, tem pitadas de luxo, o que nada mudam minha reflexão, até mesmo porque sou professora e meus vislumbres amarram-se ao adjetivo paupérrimo... A única menção negativa a fazer é justamento o serviço nas mesas, o atendimento é excelente, mas após o início do show a circulação de garçons dificulta a visualização...Não sei se os culpados são os atendentes, o local que preocupa-se em lucrar ou simplesmente as pessoas que optam por consumir algo que não as marcarão tanto quanto a canção!...
A escolha do repertório foi excelente e a flauta de Madalena Salles, beleza rara!... 

Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
pra escrever a música sem pretensão
eu quero que as buzinas toquem flauta doce
e que triunfe a força da imaginação...  (Trecho da música "Sem Mandamentos")

Ah, inclusive essa música, Sem Mandamentos, está ligada à infância de Oswaldo Montenegro. Segundo ele, quando criança era extremamente católico, mentiu à mãe que havia feito um dever de casa... Ao contar ao padre soube que era algo sem perdão, pecado capital... O pai, observando-o cabisbaixo o questionou e Oswaldo Montenegro acabou mencionando que iria para o inferno... A figura paterna, então, disse-lhe que era para ser feliz, que isso era o que Deus queria... A música é resultado da resposta dada pelo pai juntamente com novos pensares, poeticamente organizados... Hoje, o cantor afirma-se agnóstico, mas Madalena Salles mencionou que é também uma pessoa espiritualista, que discutem Spinoza, independentemente de qualquer rótulo... 

Claro, não posso deixar de mencionar que ele tocou "minha música"... Tenho vários momentos, nos últimos meses, como sabem ou deixei a entender, passei por mais um doloroso... E a música "Estrada Nova" é o mantra da vez!...



(Tentei fazer upload do celular, mas tenho problemas tecnológicos, rsrs... O vídeo é de 2013, do canal do próprio no Youtube - ao vivo, gravado, em CD, na internet, em carne e osso... o mesmo som!)


Boa semana!

domingo, 26 de fevereiro de 2017

A canção que não canto

Não sei cantar, mas minha alma insiste...
O ré desafinado é a dó do meu peito,
que pula sem ritmo e destoa em lágrimas...
A brisa nos fios rebeldes lembram o palco,
então a voz amarrada ecoa,
quase uma microfonia...
As letras emergem, microfones,
que talvez precisem de tomadas,
ou serem tomadas em versos...
Canto o que nem sempre meus lábios falam...
Canto alegrias e tristezas que me alimentam...
que fazem de mim quem sou...
Disritmias alavancam minha coragem...
Não é resiliência... são aulas de canto!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Nossas Histórias - Oswaldo Montenegro

Oswaldo Montenegro produziu essa canção para uma websérie na qual Madalena Salles (sua parceira, flautista, há mais de 40 anos) relata fatos desses anos de parceria!...
Linda poesia, com votos de uma ótima semana!



Quando a sua história tira a minha para dançar
Como bailarina salta e gira sem cansar
Vence a gravidade e fica leve até voar
Vendo a gente toda a gente busca o seu par
Quando um coração se acalma e volta pro lugar
A esperança sonolenta acorda e vai brincar
Toda a melodia é um farol guia em alto mar
Quando uma canção consola alguém valeu cantar
Quando uma canção consola alguém valeu cantar

* Ansiosa para vê-lo dia 04/03 :D


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Curta o curto LXIV

... ela foi onde não devia,
viu o que não queria, mas o que devia...
quem ficou devendo foi ele...

domingo, 5 de fevereiro de 2017

FloresCER fora de época

(Foto por: Nadine Granad - Exposição de Orquídeas)
Entre tantas orquídeas,
... Sem folhas, fui ser água para um cacto...
Protege-se da luz solar,
... Eu que tenho astros nos olhos e peito em chamas...
Não estou preparada para a jardinagem,
... Embora tenha lido bastante e cultivo flores em pensamentos...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Não há vagas para ela...

Sinto dizer, mas ela não está apta!...
Sim, acabou, passou... era uma nuvem que só precisava chover!...

Ela foi bem empregada, mas o tempo expirou...
Precisa de atualizações!

Lamento, mas as vagas disponíveis exigem experiência...
Ela viveu sob uma única batida cardíaca!...

Precisamos de corações renovados...
O dela venceu!...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Coffee Break XV

Engraçado como cada vez mais o café virou café...
Sem meias verdades, sem metáforas inteiras...
Ora dá azia, ora dá ânimo...
Brindemos com chá!...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Curta o curto LXIII

Quando eu já acreditava na vitória: Mensagem tardia, adia a tranquilidade... Os exércitos precisaram entrar em campo... última vez!....

Breves anotações sobre o sorriso dele...



É uma pitada de Debussy com poesia...
É bossa... que é nova no peito...
A lua está entre lábios e as marés nos abraços...